Se você tem familiaridade com a mitologia grega, já conhece as quimeras – seres híbridos que reúnem características de vários animais. Mas talvez você não saiba que a ciência já fez seres quiméricos “de verdade”: acabam de nascer nos EUA dois macacos produzidos a partir da mistura do código genético de seis outros bichos.
Calma, os macacos não têm bico de ave ou chifres. Os códigos genéticos misturados vinham de vários exemplares da mesma espécie. No caso, os macacos-rhesus. E por que o nascimento desses bichinhos virou notícia na comunidade científica? É que o grupo responsável pelo experimento (Centro de Primatas da Universidade de Ciências da Saúde de Oregon) é um dos expoentes mundiais nas pesquisas com células-tronco embrionárias.
Para esses cientistas, os macacos quiméricos são um importante passo no estudo sobre como genes modificados podem interferir em questões como obesidade, mal de Parkinson, diabetes e até problemas cardíacos. Alguns roedores já haviam sido produzidos com o mesmo procedimento. Mas a realização do experimento com macacos abre caminho para entender como funcionaria com humanos.
O grupo de cientistas explicou à revista científica Cell como foi feita a experiência. A edição ainda não foi publicada, mas a gente adianta: os primatas nasceram a partir da mistura de embriões de diferentes macacos-rhesus. A mistura foi, então, aplicada em fêmeas (mais ou menos como são produzidos os bebês de proveta). A experiência só funcionou porque as células embrionárias são totipotentes, ou seja, podem dar origem a qualquer célula diferenciada do organismo.
Os macacos Roku e Hex são saudáveis e passam bem.
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